sábado, 31 de março de 2012

Existe..


Vem. Despe-me de incertezas. Despe-me de medos. Veste-me de segurança. Veste-me de certezas. Para quê esconder sentimentos? Para quê evitá-los? Para quê fugir deles? Eles agarram-te. Prendem-te ao bem, quando tu deles foges. E eu já caí enquanto corria atrás de ti. Mas levantei-me sempre. E sempre com força, com vontade de te agarrar no rosto, e fazer-te entender que "o amor existe, e é muito mais simples do que pensamos."

domingo, 18 de março de 2012


E é como se o sofrimento, a felicidade, a esperança (...) tudo o que nos envolve, nunca vá ter um fim. Assustador, sim. Mas bom.

segunda-feira, 12 de março de 2012

I'll keep my words.


E lá se vai o orgulho, quando tu pedes desculpa, ou quando, simplesmente, mostras que estás arrependido.  Lá se vai a teimosia, quando não quero discutir contigo. Lá se vai a minha mania infantil de gostar que tenhas ciúmes, quando me ponho no teu lugar, e quando tenho medo que te chateies comigo. Lá se vão todos os meus preconceitos, quando se trata de ti.
Sabes, nunca fui muito de promessas, mas quando necessária, fazia-as. Não sei bem porquê... Talvez por estar certa de certos e determinados sentimentos ou relações, ou até mesmo pessoas, mas a verdade é que nada disso foi eterno, sinceramente acho que nem real e sério foi. Tudo o que eu prometi, passou a ser só palavras ditas na falsa certeza de momentos longos. Bem, onde quero chegar com isto, é à parte em que te digo - e tu sabes - que nunca te prometi nada. Mas calma. Isso não desvaloriza absolutamente nada. Nunca prometi porque nunca tive necessidade de o fazer. Agora vejo que, pelo menos as minhas promessas, eram feitas para intensificar os factos que afinal não eram assim tão verdadeiros. Mas contigo... Bem, contigo posso dizer-te que não preciso de te provar nada, nem prometer, muito menos fazer com que acredites porque, no que diz respeito ao que eu sinto por ti, tu sabes perfeitamente. Irónico é o facto de saberes quase tão bem quanto eu. Lembraste daquela noite em que eu, por estar desiludida e magoada contigo, disse que já não gostava de ti? Tu nem ligaste. Também não quiseste acreditar, nem aceitar que isso fosse verdade. Disseste-me "isso é impossível.". E é. Eu sei. Tu sabes. Este sentimento é evidente demais para que possa ser negado. Temos uma amizade bonita, e aparentemente, é a única coisa que temos. Mas mais do que uma pessoa pensa que existe algo mais do que isso. E hoje quando me perguntaram se eu gostava de ti, bem, eu aí nem pensei duas vezes. Foi espontâneo. Foi uma resposta totalmente genuína e espontânea. Foi um "sim" cheio de certezas, acompanhado de um sorriso esboçado. Hoje, quando te disse que o meu pai já sabia que eu tinha andado apaixonada (usando este termo para que não pensasses que ainda estou, apesar de ambos sabermos a verdade), tu fizeste-me uma pergunta super espontânea e genuína, também. Perguntaste porque é que não lhe disse que tu andaste na marinha, porque sabes que ele é marinheiro. E eu respondi-te "como é que sabes que a pessoa em questão és tu? Isso é que é auto-confiança, sim senhor!", e apercebi-me na tua cara que não estavas à espera daquela resposta. Não gostaste, eu notei. Mas já reparaste como já tropeçamos nos nossos próprios sentimentos, quando os tentamos esconder? Já reparaste como tão próximos nós estamos? Não sei se já to disse - aliás, sei que ainda não - mas tu és o meu melhor amigo. E és porque és, de uma maneira muito rápida de resumir, o rapaz de que eu mais gosto, o amigo de que eu mais gosto, a pessoa de que eu mais gosto. Do fundo do meu coração, acredita. Não fico ofendida quando reparas nos meus defeitos físicos, e psíquicos também, e fazes questão de os ridicularizar, e de gozar com eles porque a minha maneira adulta de o encarar é que tu aceitas os meus defeitos. Aceitas-me tal e qual como eu sou. E não é isso que te faz deixar de estar do meu lado. E eu preciso de o referir outra vez: eu adoro os teus olhos. Para além de serem pestanudos, falam por ti. Também adoro o teu sorriso. Adoro tudo o que é teu e de ti porque, bem... É teu. É de ti. És tu, e isso basta-me. O imperfeitamente perfeito para mim. E ainda que assuma que toda esta situação seja difícil e, às vezes difícil de lidar, eu digo-te também que é reconfortante (ainda que às vezes frustrante e insuficiente) ter-te comigo desta maneira, como o grande amigo que tu és para mim, como o elemento fundamental na minha vida.
Pronto, eu deixei de acreditar em promessas, sou-te sincera. Mas eu também não esperava que o meu primeiro amor fosse assim. Por isso, e já que estou numa maré de surpresas (no que diz respeito até a mim a própria), eu prometo. Prometo não deixar-te sozinho se correres o risco de ficar. Prometo aceitar-te, tal como és. Prometo gostar de ti sem condições e preconceitos seja sobre o que for. Prometo não perder a esperança, e prometo tentar não perder a paciência. Mas, sobretudo, prometo ser para ti uma amiga verdadeira, uma amiga incondicional. Respeito-te muito. Muito mesmo. Por isso, prometo. Prometo-te que o teu lugar no meu coração, jamais será substituído ou diminuído.

"Se isso tudo que eu sinto for capaz de caber numa única palavra, só pode ser amor."

sábado, 10 de março de 2012

I'm gonna stay.


Eu não tenho medo de encarar a realidade. Não é por isso que tento mudá-la. A única coisa de que eu tenho realmente medo é de que a realidade não seja a que tu fazes questão de dizer que é, e é por isso que eu corro atrás de outra realidade - talvez a verdadeira. Não sei se tu sabes, ou se já te apercebeste, mas o que tu dizes, não coincide com o que tu fazes. Geralmente, as pessoas falam sem sentirem. Não têm problemas em dizerem coisas que não nutrem. Essas são as ditas palavras vazias, sem valor absolutamente nenhum. Pessoas vulgares, situações banais e comuns. Mas eu bem digo que tu és diferente... Tu dizes que não sentes. Dizes que tens medo. Afastas-me. Mas no que diz respeito a actos, tu não és coerente. Tu aproximas-me de ti. É como se me pegasses pela cintura, sem nunca tirares os teus olhos dos meus, e me dissesses, sem vírgulas, que o que tu sentes é real, e que é algo de que não podes mais fugir. E podem chamar-me burra, por continuar do teu lado, depois de todas as incertezas e pontos de interrogação que tu criaste na minha cabeça, depois de todo o sofrimento que causaste, depois de todas as lágrimas que já me fizeste chorar... Porque eu não me importo. Não me importo porque eu tenho dois amigos secretos que, às escondidas, me pedem para ficar onde realmente aparento pertencer - do teu lado. Eles são teus amigos também. São-te fieis, mas não é por isso que deixam de partilhar comigo, o que negas ser verdade. E talvez partilhem porque é mesmo essa a realidade, e talvez seja esse o caminho para a tua própria felicidade. E para a minha também,  claro. Esses dois amigos são os teus olhos.
Lembro-me bem do quão importante era a opinião das outras pessoas, para mim, até o meu sentimento por ti começar a ser algo bem real. Algo consistente. E já foram algumas as vezes que disse "foi desta. Apaixonei-me pela primeira vez.", mas a verdade, acreditem ou não, foi a primeira vez que o senti sem precisar de dizer. A única pessoa que presencia isso, é a pessoa que melhor me conhece. A pessoa que não me levava a sério, com todas as paixonetas que tive. A pessoa que "menosprezava", os meus supostos sentimentos, que eu julgava serem reais, mas que afinal não, é a mesma pessoa que, no dia de hoje, reconhece que eu, pela primeira vez na minha vida, estou apaixonada. É a mesma pessoa que acompanha este meu sentimento. A pessoa que eu julgava que iria ser retrógrada (sei lá eu porquê) é hoje, a mesma pessoa que fala comigo abertamente. Essa pessoa, é a pessoa que acredita e sabe que eu estou, realmente, apaixonada. Essa pessoa é a minha Mãe. E como nenhuma outra pessoa o pode fazer, ela avalia o que eu sinto como verdadeiro, mas primário. O primeiro amor da vida da filha dela, que, por sinal, não está a ser nada fácil. Dito assim, eu já sei por que é que tens medo da minha mãe.
São muitos os defeitos que encontro em ti. Mas são esses mesmo defeitos, que eu considero e julgo a junção perfeita de que eu preciso para crescer, e aprender a viver com personalidades diferentes. Não sei se já reparaste, mas contigo eu tenho crescido muito. Tenho aprendido a aceitar coisas que antes talvez achasse inaceitáveis. Tenho aprendido a relativizar coisas que antes talvez julgasse banais. Os tempos perfeitos para as coisas serem ditas, e os tempos oportunos para as coisas serem feitas. Não me interesso minimamente se és culto, ou se não és tão culto assim. Não tenho o mínimo interesse na maneira como estás vestido, de dia para dia, porque a primeira coisa para que olho de manhã é para os nossos fieis amigos (os teus olhos pestanudos), e para o teu sorriso, e é nessas coisas que eu me foco o resto do dia. Eu estou-me completamente a lixar para todos os pormenores que hoje se julgam importantes, mas que no fundo, não passam de futilidades, superficialidades. Eu ligo e dou importância àquilo que tu realmente és. Com defeitos. Com qualidades. E se há quatro meses atrás me dissessem que eu não ia ligar às coisas para que hoje me estou a lixar, eu ia-me rir na cara de quem dissesse isso, e ia dizer "claro, então não". E mais... Se há quatro meses me dissessem que o meu primeiro amor ia ser um rapaz de 19 anos, com a mania que faz as coisas pela calada, mas que aparentemente é um garanhão, e que no fundo não sabe que assim é considerado, e que se calhar até não é; um rapaz longe daquilo que eu esperava que fosse o meu ideal, mas que hoje o é, por inteiro; basicamente, se há quatro meses atrás me dissessem que era contigo que eu ia aprender que o amor é muito mais do que chorar umas noites, e depois esquecer... Que o amor é muito mais do que dizer que é amor... Que o amor é muito mais dizer que se está apaixonada... (enfim), eu diria, tranquilamente, mas certa do que ia ser dito, que não. Que não eras tu o meu ideal.
O amor é realmente amor quando o nosso coração nos dá a certeza que sim. É amor, quando a cabeça é coerente com o coração, e não com os olhos.
Não preciso que concordem comigo quando digo, e afirmo que tu és o meu (primeiro) amor, porque até em relação a isso eu já me tornei independente. Também não preciso que gostem ou não, deste meu sentimento por ti. A única coisa que me interessa nesta história, és tu. E que se lixe o tempo que eu espero Ricardo. Que se lixe o quanto eu choro, o quanto eu sofro. Que se lixem as tuas incertezas. Que se lixe tudo, porque enquanto eu tiver a certeza de que tu não fazes o que fazes com maldade, e enquanto os teus olhos me disserem "fica", com a força que eles dizem, eu vou ficar.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Inês Dinis

“Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no mundo. Alguém que te convence que lá tem uma porta destrancada só esperando você abri-la. Isso é uma amizade pra sempre. Quando você está pra baixo e o mundo parece escuro e vazio, sua amiga pra sempre te põe pra cima e faz com que o mundo escuro e vazio fique bem claro. Sua amiga pra sempre te ajuda nas horas difíceis, tristes e confusas. Se você se virar e começar a caminhar, sua amiga pra sempre te segue. Se você perder seu caminho, ela te guia e te põe no caminho certo. Sua amiga pra sempre segura sua mão e diz que vai ficar tudo bem. Sua amiga é pra sempre, e pra sempre não tem fim.”

quarta-feira, 7 de março de 2012

Sabes é que...

Desculpa. Era o que ouvirias da minha boca. Era o que lias do meu papel de rascunho que tornar-se-ia no papel oficial da minha carta dirigida a ti, que nem carta era, que nem carta deveria ser, porque era apenas isso - um rascunho. Um rascunho, num papel amachucado, com palavras riscadas. Pedir-te-ia desculpa se exigisse de ti a perfeição, quando eu própria estou longe de atingi-la.
É. Eu sou toda imperfeita. Saio de casa sem tomar o pequeno almoço, porque ponho o meu despertador para as 7:45, e acabo sempre por acordar as sete e cinquenta e tal, ainda que more em frente à escola. É habitual eu chegar atrasada à primeira aula, porque, para além de ter o despertador adiantado 15 minutos, eu sei que o adiantei, então não me preocupo. Gosto de chamar a atenção, e a minha mãe odeia isso. Não é que eu não goste de me manter na minha, e passar despercebida, até porque eu gosto, mas às vezes dá-me vontade de soltar o meu lado mais presente, que é o meu lado engraçado. Também sei que não sou certa. Quando estamos juntos, reajo de maneira contrária ao que realmente quero fazer. Às vezes exagero. Troco-me toda, perco o controlo e trato-te mal. Sou tão estúpida. Às vezes nem sequer faço sentido. Também sei que tenho um feitio que a palavra "especial" não é bem a indicada. Tenho um feitio lixado. Um feitio bastante complicado, no sentido literal da palavra. Tenho vergonha de tudo e de mais alguma coisa, e se pudesse, mudava isso. Recuso coisas que quero fazer por timidez. Já para não falar dos ciúmes que eu tenho, que me cegam. Ciúmes exagerados, que me fazem agir de cabeça quente. Também falho quando ponho a minha palavra em causa, quando digo que desisto, que me vou embora, e continuo no mesmo sítio, acabando por agir da mesma maneira. Já para não falar das asneiras que digo quando não devia (uma menina decente mantém a sua postura), o quão respondona eu sou, e o facto de usar palavras complicadas quando tu, às vezes, não entendes. Eu sou toda ao contrário. A vontade de falar contigo é mais que muita, e, para além de nunca ser eu a meter conversa, ainda a mato, porque sabes... Eu odeio conversas monótonas, iguais a todas as horas, sem cabimento nenhum, vazias, que se passam despercebidas e que não fazem diferença nenhuma. Adoro sopa, peixe e legumes, mas não como comida saudável; resumo-me aos chocolates, e às comidas fáceis. A verdade é que a minha mãe também não ajuda. Faz sempre comidas calóricas, tão deliciosas, como é que se resiste?! Não dá. Se calhar tem medo que eu fique anoréctica, ou algo parecido. Sim, vem mesmo a propósito... Não sou muito cheia. Às vezes acho-me magra demais. Não me acho nada de especial, mas isso não é coisa que me preocupe. Quando me elogiam demais (neste caso, tu), sinto-me mal, ainda que me sinta bem. (Contraditório, eu sei). Sinto-me bem porque, logicamente, todas as raparigas gostam de ser elogiadas. Mas sinto-me mal porque tenho medo que só gostes de mim pela aparência. Isso tira-me do sério. E ao invés de me deixar segura e confiante, deixa-me com sérias dúvidas quanto à minha pessoa. E sou-te sincera, às vezes não me sinto boa o suficiente para ti. Não por não saber a pessoa que sou, mas sim por saber que não posso dar-te aquilo que queres na totalidade, porque, ainda que te queira agradar, respeito-me e sou fiel aos meus princípios. E é isso... Eu sou toda errada, toda imperfeita. Tal como tu. Mas sabes o que é perfeito no meio destas pequenas grandes imperfeições? É a maneira perfeita, recta mas tão curva, firme mas tão frágil, fria mas tão sensível, independente mas tão desprendida, exacta mas tão vaga, real mas tão um sonho, que eu te amo. Assim. Totalmente imperfeito. Mas perfeitamente ideal para mim.

sábado, 3 de março de 2012

Beatriz Louro

Acho que todos os seres humanos que têm o poder e a gratificante capacidade de amar sem limites, são coerentes pelo menos num desejo. Todos nós, e eu incluo-me nesse role dessas pessoas fantásticas (e digo fantásticas por que, nem todos temos essa capacidade; a capacidade de amar), precisamos da modesta quantia de uma pessoa para nos fazer sentir amados. Pelo menos uma pessoa, uma pessoa amiga. Mas amiga a sério, sem fronteiras e sem limites no que tiverem que fazer para conseguir fazer a pessoa que se ama, sorrir. Uma pessoa a quem possamos ligar quando precisamos de falar, mesmo que seja para dizer os maiores disparates, porque sabemos que, em vez de um silêncio constrangedor que nos faz sentir completamente não-retribuídos, ou em vez de um "já te ligo", ou até mesmo um bombardear de novidades novas, que interpelam o nosso momento, nós vamos ouvir uma ofensa. E isso é bom, sim. É bom porque não é uma ofensa ofensiva. É uma ofensa vinda de quem nos ama, e de quem, mais uma vez nos faz sorrir. E logo a seguir, vamos ouvir um "como estás?", cheio de preocupação, curiosidade, mas repleto, também, de uma genuína naturalidade ao fazê-lo, como se fosse uma necessidade, uma prioridade habitual. 
Nós, na verdade, nunca adquirimos esse alguém. Mas temos a fantástica oportunidade de o ter. Mas basta um erro. E outro, seguido de outro, e mais um, por consequência de outro, que sem entendermos, dá origem a mais um(...) E é um ciclo vicioso de erros constantes que, sem darmos conta, cometemos. E magoamos quem mais amamos, e quem mais nos ama. Quem menos merece ser magoado, e quem menos queremos magoar. Mas acontece. E chega a um ponto que, como toda a corda demasiado esticada, rebenta. Todo o saco demasiado cheio, também. Tal como um copo cheio até ao limite da sua capacidade, transborda. E como tantos outros casos, eu magoei alguém. Alguém que estava longe, mas que mesmo assim, estava sempre perto de mim, e para mim também. Alguém que conseguia animar-me, só com a expressão dos seus olhos quando sorria; a maneira como a sua gargalhada era, e é, engraçada. Alguém que, como mais ninguém, tinha a grande e corajosa capacidade de me amar, e saber como lidar comigo. Alguém que me respeitava, que se preocupava de verdade comigo, acima de tudo o que eu podia fazer. Resumidamente, alguém a quem eu retribuía tudo isso, mas alguém com quem me fui descuidando com os meus próprios actos, com a falta das minhas próprias palavras, e com a minha ausência que, cada vez, era mais notória. Esse alguém fartou-se. De tanto magoada, resolveu dar ouvidos ao seu orgulho, porque também tinha esse direito. Ouvi um "não", da boca dessa pessoa. E ambas abrimos mão do - pelo menos meu - bem mais precioso. Não se interessa porquê, como conseguimos, nem por quanto temos andamos afastadas. Interessa que voltámos onde realmente sempre pertencemos. Uma do lado da outra. Ainda que longe. Separadas por alguns (poucos) quilómetros, que são os suficientes tanto para nos afastar fisicamente, como também para nos aproximar, e fazer com que entendamos o quão grandioso e precioso é este amor, e esta amizade. 
Sabes a quem me dirijo. Sabes perfeitamente que és tu. Mesmo quando, quem está perto, me vira as costas, me julga, me faz sentir como se fosse a pior pessoa deste mundo, a causadora da minha própria dor... Tu, longe, com poucas (mas boas) palavras, viras esse jogo, mudas a minha opinião, e fazes-me ver as coisas de maneira diferente. E é por essas e por outras que, mesmo estando perto, essas pessoas, para mim, estão longe, enquanto que tu, mesmo longe, para mim estás perto, como mais ninguém está. No meu coração, existe um lugar que podes considerar um dado adquirido, um lugar cativo, que é só teu. És insubstituível, acredita no que te digo. Passe o tempo que passar por nós, haja o que houver, apareça quem aparecer, aconteça o que acontecer, sabes que mais? Nada do que possamos vir a viver, vai mudar isto que nós temos. É puro, verdadeiro, genuíno. Tenho o maior orgulho em dizer que te tenho comigo, e que nunca vou considerar que és um dado adquirido na minha vida; vou sempre fazer questão de te conquistar. Todos os dias da minha vida, e sempre que puder. És a melhor coisa que já me aconteceu. 
Eu amo-te, e se pudesse escolher alguém para estar comigo todos os dias, espero que saibas que a minha escolha eras tu.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Pedaço de papel

A questão é... Todo o ciclo vicioso, tem o seu fim?


Desejei que este tormento que, às vezes se camufla de ilusão, que se infiltra nos meus sonhos, esses que são sonhados durante a noite, no meio da rua, ou até mesmo na aula, que tem como nome "incerteza", deixasse de ter uma razão de ser. Eu, realmente desejei com muita força que este meu sofrimento tivesse um desfecho feliz, por fim. Havia alturas em que o desfecho já não precisava de ser feliz - precisava apenas de haver um desfecho. Mas eu tenho que confessar que nunca lutei para largar este meu tormento. Este alimento que me dá fome, este sonho... O sonho mais bonito que me traz pesadelos... Nunca o fiz. A única coisa por que lutava era por uma certeza. Pela tão espera e merecida certeza de que havia amor - muito mais do que amizade, nas duas pontas desta relação de amigos. Os meus dias tinham como cenário principal as dúvidas. Os pontos de interrogação que insistiam em vaguear pela minha cabeça a teu mandado. Esses que influenciavam o meu coração. Os mesmo que trocavam as voltas à minha cabeça. Os que roubavam a minha razão, e a trocavam por não sei bem o quê que tem o teu nome próprio. Tu sempre o fizeste. Desde que apareceste na minha vida, a única coisa que sempre fizeste sem falhar, e sem te esqueceres, foi pintares a minha vida de incertezas. E deixa-me que te diga que no que diz respeito a esse teu trabalho, sempre te saíste bem. Às vezes até demais.
Esta história tem pontas soltas que nem soltas estão. Tem desfechos que nem concluídos foram. E eu não sei por que ainda te digo que não aguento, se eu sei que não me vale de nada. Eu digo-te que me vou embora, mas eu continuo no mesmo sítio. Talvez até mais perto... Mais próxima, mais apegada. Não sei se é uma ilusão da minha cabeça, ou se é um ponto de luz para o meu (tão lutador, crente e resistente) coração, mas sempre que os nossos olhares se cruzam eu sinto que há coisas que tu próprio não sabes. Coisas que tu sentes e que tu desconheces que sentes. E é isso que me faz ceder tantas vezes. Isso, e as tuas palavras que, acredita, são transparentes. Tanto quanto transparecem a maneira, por vezes, tão ingénua de dizeres o que tu dizes. Seja o que for. 
Às vezes abro mão de ouvir o que o meu coração tem por hábito de me dizer, e nessas mesmas vezes dou permissão ao meu orgulho que fale... Então eu oiço-o, e sempre que tenho a tentação de permitir que o meu coração me diga algo, oiço o tal do orgulho a pedir que não o fira, como tantas vezes já o tenho feito. Eu aguento o que posso... E é durante esse tempo, que abro mão dos desejos do meu coração (portanto, de ti), que eu não sei. Não sei de nada, não tenho nada, e não sou nada. Não sei de ti. Não sei onde andas, nem o que pensas enquanto por lá estás. Muito menos o que estás a sentir. "Só sei que nada sei." Bem que era dito... Falta-me paciência, falta-me esperança, falta-me vontade, vontade de estar sem ti. Por outro lado, tenho vontade em demasia de estar perto de ti. De saber como estás. 
Podia percorrer todo este mundo, que eu tenho a certeza que, enquanto o percorresse, era em ti que eu estaria a pensar. E podia conhecer mil e uma pessoas, que nenhuma seria tão importante e especial como tu és. Posso conformar-me e contentar-me com esta situação (na qual me sinto tão desconfortável e incompleta), mas pensar em desistir por completo... Nisso eu nem quero ouvir falar. Certo é que não vou atrás de ti, como nunca fui. Mas não consigo garantir-te a ti, nem a mim, que não estarei parada, exactamente no mesmo sítio, pronta a dar-te, mais uma vez, o benefício da dúvida. 
Sabes uma coisa? Acredito que tudo de "mal" que tu fazes, que tanto me faz sofrer, não é, de todo, por mal, nem com intenção de ter o impacto que tem nos meus dias. És genuíno, e disso ninguém pode duvidar. Enquanto todos os que sabem de tudo isto te criticam, enquanto tanto te "distratam" em relação a toda esta situação, eu admiro-te, e agradeço-te por não fingires sentir o que tu não sentes. Vou mais além até: eu acredito, profundamente, que provavelmente um dos teus desejos era gostares de mim, da mesma maneira que eu gosto de ti. Só que no coração ninguém manda, e eu bem sei disso.
Queria só dizer-te que, para além de te tratar mal, para além de ser confusa e ter mudanças de humor consoante as tuas atitudes, para além de parecer fria, e ainda aparentar complicar as coisas quando, a teu ver, eu devia facilitar porque, supostamente, e segundo o que tu dizes, tu tentas estar bem comigo e eu "estrago isso", pronto, para além de tudo isso, e para além ainda de tudo o que eu posso fazer que possa parecer (e realmente não ser) o mais correcto: Metade eu só tenho uma, e eu encontrei-a em ti.