sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Não tem braços, mas aperta. Vem com força e aleija, faz doer. A saudade e a falta que de ti sinto. Por muito tempo que passe, parece sempre que foi ontem que bateste aquela porta e saíste, tanto daquela casa, como da minha rotina que tão acostumada a ti estava. Estes anos têm sido duros, atribulados. Aconteceu tanta coisa que já me perdi na conta delas. A minha ideia era manter-te a par de tudo, mas tu não deixaste. Tu não quiseste saber. Não ouviste os meus desabafos, os meus gritos de desespero. Tu não limpaste as minhas lágrimas, nem deste mais gargalhadas comigo. E quase que tudo o que fizeste até aquele dia, foi suficiente para compensar a tua ausência permanente durante todo este tempo.
Continuo com o péssimo hábito de coçar o nariz até ficar com ele vermelho, que até fica a parecer uma batatinha vermelha. E quando espirro, ainda tenho a tentação de te ouvir dizer "assoa aqui à camisola do pai", enquanto estava com a cabeça deitada no meu peito. Tínhamos uma magia e cumplicidade inigualáveis. Hoje em dia tenho alguém semelhante a ti na minha vida. O mesmo cheiro, um toque e um cheiro idênticos aos teus, e uma afeição que não dá para quantificar.
Apesar de não haver razões recentes para tal, eu guardo as antigas e encho-me de orgulho ao falar de ti. Muitas pessoas criticam, não entendem. Mas ninguém tem a nobre sorte, ou não, de mandar no seu coração. Eu não sou excepção. Nele, tu continuas vivo. Continuas a ser uma rotina viva de saudade, de memórias e de esperança. Algo que nem eu mesma consigo explicar. Há quem diga que o mal apaga o bem um dia feito. Neste caso, isso, comigo, não acontece. Todo o bem que um dia me fizeste, está em mim guardado. E é por isso que o mal que hoje fazes, dói tanto.
Não sei se mereces, aliás, tenho a noção de talvez não, mas eu continuo a amar-te com todas as minhas forças. Com todo o meu coração. E talvez seja essa a razão pela qual eu sofra tanto.
Continuo à espera. No sítio onde me deixaste. O mundo da saudade.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

03



Eu acredito que tudo acontece por uma razão, e acredito também que, por detrás de qualquer acontecimento, está o destino. Eu bem tento dar um nome à nossa história, mas sempre que começo, vejo-me entre tantos adjectivos que não sei quando parar, nem qual escolher. A nossa história faz-me lembrar a dos três porquinhos. Aliás, faz-me lembrar aquele porquinho, sabes? O trabalhador... Aquele que não optou pelo mais fácil. Aquele que trabalhou arduamente. E no fim dessa história, vê-se bem qual é a sua moral. Os outros dois porquinhos optaram pelo mais fácil, e acabaram por ficar sem a casinha. E o outro, aquele que trabalhou, ficou com a casa intacta. A nossa história é parecida. O tempo custou a passar, ainda que tenha passado a correr, mas parecendo que não, ainda foi bastante tempo. Demorou... Demorou até conquistar-te, e demorou para que entendesses que tu eras as peças do meu puzzle, e vice-versa. Perdi a conta das vezes em que chorei por ti, das vezes em que me confundiste, das vezes em que me iludi e que acabei por cair num chão de decepção. Nunca foste fácil, e bem dizem que o e que é difícil é o que, no fim, recompensa mais. Eu estou de acordo. No dia de hoje, e em compensação, já perdi a conta, também, das vezes em que já me fizeste sorrir, e dar gargalhadas capazes de calar qualquer dúvida que possa existir ao nosso redor, e entre nós. A verdade é que nós, eu e tu, fomos feitos um para o outro. E não é clichê, nem é dizer apenas por dizer. É mesmo porque não há outra explicação para o que nós construímos. A nossa relação é um mundo, um mundo que tem apenas dois planetas, dois continentes, dois países, duas capitais, duas cidades... Eu e tu. Nós somos a soma disso tudo, que tudo junto, dá o resultado de algo imperfeitamente perfeito. Passados todos estes meses, continuo a apaixonar-me todos os dias por ti. E mais que isso... Todos os dias, passo a amar-te ainda mais. Sem amor, a paixão passa - mas o que eu sinto por ti, não é só paixão, nem é só amor. É amor, é paixão, é amizade, respeito, carinho, preocupação, e às vezes sinto que até uma certa dependência, não só de ti, mas do nosso "nós". Só te peço que acredites que o nosso presente, é a construção de uma base para o (nosso) futuro. Hoje eu sei... Não posso ser de mais ninguém para além de ti porque, metade, só há uma. E a minha és tu.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

...



Lembro-me bem dos primeiros tempos naquela escola. Para todo o sítio que olhava, sentia olhares indiscretos. Ambas sabemos que não fui muito bem recebida. Mas houve sempre uma pessoa que me pegava na mão, e que me dizia para nunca mudar por ninguém, e que não ia deixar de estar comigo pela opinião das pessoas. Essa pessoa passava todos os intervalos comigo e fazia-me rir enquanto chorava. Essa pessoa sentava-se ao pé de mim nas aulas. Essa pessoa aprendeu a lidar comigo. Essa pessoa entrou na minha vida, explorou a minha pessoa, e a partir do momento em que o fez, começou a conhecer-me como mais ninguém conhecia. Por outro lado, havia uma pessoa que comigo não tinha simpatizado de início mas que, de repente, conheceu-se realmente. Essa pessoa sempre foi directa comigo, e nunca houve espaço para falsidades entre nós. Há muita cumplicidade envolvida entre este circulo de amizade. A uma apalpo o rabo, a outra apalpo as mamas. Uma chamo otária, outra chamo chalaninha. Discuto com as duas, e às duas peço desculpa de seguida. Todos os intervalos temos que ir ao bar para elas comerem (que chatas!), se não elas não se calam. Mesmo que esteja a tocar para a entrar, elas insistem em esperar pelo pequeno almoço. Todas as manhãs, eu chego atrasada, e assim que abro a porta da sala, há olhares indiscretos ou simplesmente indiferença, mas lá ao canto, a meio da primeira fila, estão lá duas alminhas pacientes e fiéis, a quem eu já não chamo só de amigas, mas sim irmãs, que me oferecem um sorriso de orelha a orelha. Elas não têm problemas em gritar comigo quando preciso de abrir os olhos. Nem que seja só porque peço à que tem umas graaaandas mamas para me fazer massagens ou penteados no meio da aula. A minha auto-estima não é muito alta, mas o sentido de humor compensa. Quando estou em baixo, elas oferecem-me elogios que juram ser verdadeiros. E eu retribuo com MOMENTOS DE PURA DIVERSÃO! Bem, diversão ou então momentos de pura vergonha que as faço passar. Mas enfim... São tantas as coisas que eu podia contar... Como a nossa rotina do almoço (que fica entre nós para não ficarmos com a pequena reputação que temos estragada já). E eu que já estava tão habituada à minha rotina, que eram vocês. Pois é... Parece que este ciclo está prestes a chegar ao fim. E eu só posso agradecer-vos por, dois anos lectivos consecutivos, terem-me feito crescer, por me terem feito sentir completa, por me terem feito feliz. Cada uma há-de seguir o seu caminho, mas acreditem... União como esta, não se desfaz. Nem que seja só em lembranças, ela vai existir. "Para sempre é um tempo longo, mas eu não me importava de o passar ao vosso lado". Obrigada, minhas meninas. Amo-vos com tudo o que tenho, e com tudo aquilo que eu sou, e que aprendi a ser... Graças a vocês.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Ela e ele



Não acredites quando ela te disser que acabou. Não ligues quando ela te pedir para ires embora. Não sei sela gosta de acabar o dia com os phones nos ouvidos a chorar por mais uma vez a teres desiludido, ou por simplesmente nada ter mudado. Eu só sei que ela, por nenhum motivo, consegue deixar-te para trás e fazer e ti o passado da vida dela. Tu fazes merda. Acertas uma e erras cem. Tu és mesmo todo errado, e não te dás muito à perfeição. És indeciso, não sabes o que queres. Tu fazes muitas coisas que não devias dizer, e não dizes coisas que tu devias e queres dizer. Tu erras, pronto. Mas também te elogio a paciência que tens para ela. Ela chama-te bipolar, mas ela às vezes também consegue ser. Tu já sabes que quando dizes que vais embora, ela vai arranjar um motivo para discutirem. E eu vou-te dizer porquê... Uma das razões é a esperança que ela tem de que tu digas aquilo que ela no fundo acha que sentes. E a outra razão é prender-te a ela por mais uns minutos. Todo o tempo é pouco. Não sei se a hei-de criticar por dar-te sempre "só mais uma" oportunidade, ou se hei-de aplaudir de pé todas as provas do seu amor por ti, que ela te dá. Acho que ela te dá o benefício da dúvida porque, apesar de tudo, ela sabe que tu não és maldoso. E, para além disso, acho que ela não imagina mesmo a vida dela sem ti. Não imagina um dia sem se rir de uma mensagem tua. Não imagina um dia sem discutir contigo para te despachares porque já estão atrasados para a aula da tarde. Não imagina um dia sem dizer "és ridículo". Não imagina um dia sem virar a cara quando tu a fazes rir, quando ela não quer dar o braço a torcer e dizer "pronto, tu tens piada", e quando tu a vires para ti e ela ainda se está a rir, ela diz-te "estou-me a rir porque tu não tens piada", é mentira. Ela não imagina um dia sem ti, a sério. E quando ela diz "nem lhe quero olhar para a cara", ela no fundo faz o que pode para puder ver-te. E se te vê triste, e está está triste por causa de coisas que tu fizeste, ela vai ficar ainda mais triste por tu estares triste. E ela acha irritante, mas ao mesmo tempo acha adorável e impressionante a maneira como toda a gente acredita em ti. Pronto, resumindo: ela é completamente maluca por ti. Ela adora-te, e não há nada neste mundo que consiga destruir o amor que ela te tem. Ela ama-te, e tu podes sentir-te um sortudo por teres alguém que sinta o que ela sente por ti, de maneira a que tu digas "fogo, ela ama-me. eu sou amado." O coração dela escolheu-te a ti, ela não teve opção se não aceitar. Mas cá para nós... Ela também te escolheu a ti.

quarta-feira, 25 de abril de 2012



Ela é uma princesa. É uma princesa daquelas reais mesmo. Tem olhos verdes, umas vezes perto do cinzento, outras vezes azuis... Tem umas mãos perfeitinhas. É alta, e tem o cabelo praticamente loiro. Tem um sorriso encantador e uma voz doce. Sabe como agir, e tem uma maneira de pensar e ser invejáveis. Tem uma forma de andar firme, anda como uma senhora e ao mesmo tempo como uma miúda sexy, que consegue captar a atenção de todos à sua volta. Quando fala, sabe o que diz e não tem medo de magoar seja quem for, porque ela sabe como dizer até as piores coisas, mas uma coisa é certa: de tudo o que ela fala, não há nada que não seja sincero, mesmo que não seja o que as pessoas querem ouvir. Tem a sua independência, e a sua maturidade. Ela até sozinha marca a diferença. Mas também tem o seu lado de menina frágil, de quem precisa de abraços e beijos na testa. De uma mão a agarrar a dela enquanto caminham. Tem postura, e tem o seu nome limpo. Não faz nada que a envergonhe porque, acima de tudo, respeita-se a si própria. Ela não precisa de gritar, de rir alto, nem de fazer coisas estúpidas para chamar a atenção. Ela consegue fazê-lo enquanto está quieta, porque seja em que situação for, a sua postura é sempre a mesma. E é uma postura de menina-mulher inigualável. E o seu olhar... O seu olhar brilha sempre. Sempre que chora, e sempre que sorri. Sempre que está alegre, e sempre que está triste. Tem as palavras certas, nos momentos certos e eu sei que ela é a única amiga que, seja em que situação for, vai estar do meu lado. E eu juro que estou grata por ela fazer parte da minha vida desta maneira, e por estar comigo todos os dias. Ela chora e eu não gosto. E odeio quando ela pensa que é insuficiente para alguém, e que há por aí alguma pessoa melhor que ela, porque isso é mentira. Eu tento fazê-la ver que, "se ela é mulher, ninguém pode ser gay", mas ela fecha os olhos à realidade, e sente-se apenas mais uma. E ela está tão enganada... Ela é tão forte, tão especial, tão única! E eu juro que nunca tive tanto orgulho em alguém como tenho nela. Se ela ao menos soubesses que, para mim, é a melhor, e que há um milhão de pessoas que olham para ela e pensam "damn! sim senhor... isto é uma miúda como deve de ser"... Eu não lhe minto. Sou-lhe sincera. E eu prometo que um dia vou fazê-la ver que ela é um exemplo a seguir para muita gente. É uma jóia preciosa. E como uma princesa que é, só quer o seu príncipe. Mas teve azar. O seu coraçãozinho escolheu o príncipe que, até agora, só tem demonstrado que é o príncipe errado... Mas eu quero que ela entenda que não é por isso que ela deixa de ser uma princesa. Uma princesa para mim, e para toda a gente que tem a sorte de a ter, ou apenas de a ver. Ela não é só a minha princesa. Ela é uma princesa. Uma princesa de verdade, assim como a cinderela, por exemplo. Só que o seu encanto não acaba à meia noite. O encanto dela simplesmente não acaba.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Esta sou eu


Não sei se hei-de agradecer o facto de te ter na minha vida, ou se devo pensar que se calhar o melhor era não te ter conhecido. Uma coisa é certa: tu entraste, e tens vindo ficando como se estivesse destinado ou como se fosses uma das peças, ou até mesmo a única peça que nela faltava. Também não sei se hei-de dizer que me fazes de mim uma pessoa feliz, ou se hei-de dizer-te que és um dos motivos por que choro. Já foram tantos os sorrisos que me fizeste esboçar, e já foram tantas as lágrimas que me fizeste deitar, que já nem sei...  Mas entre gostar de ti, e amar-te do fundo do meu coração, a escolha é clara, e não requer nem segundos de pensamento. Gostar de ti foi algo que deu origem a que hoje te ame. Com todas as minhas lágrimas, e com todos os meus sorrisos. Com o som das minhas gargalhadas, e com o som dos meus soluços. Com a força de lutar, e com a tentação de desistir.
Tal como o teu nome é escrito nos vidros embaciados, foi também escrito no meu coração. E o teu cheiro invadiu cada parte do meu corpo. Está entranhado em mim, e faz-se sentir sempre que me vejo prestes a cair.
Horas que se tornam em minutos, minutos que se tornam em segundos, segundos que se tornam em breves instantes... É o tempo que se torna sempre insuficiente. És demasiado grande. Ocupas todos os espaços que estão por ocupar, ocupas até os que já ocupados estavam, e torna-los, a todos, insubstituíveis.
Esta sou eu. Cheia de ti, e do que em mim deixaste. Do que me fazes sentir, e do que me fazes viver.

domingo, 8 de abril de 2012

Era uma vez


Era uma vez mais do que apenas uma vez. Uma vez em que o amor te perseguia, e que tu fugias. Uma vez em que ele te batia à porta, e tu o recusavas por achares que ele não era real. Uma vez em que ele dizia que fazia parte de ti, e tu o renegavas. Uma vez em que o medo te fazia negar que o que vivia em ti era o amor. Uma vez em que o medo te puxava para trás, quando o amor te pedia para o seguires. Uma vez em que o amor te provou, mais do que uma vez, que existe, e que é mais fácil do que tu pensas. E era uma vez eu. E era uma vez tu. E é uma vez "nós". Por alguma razão eu continuo contigo, de qualquer das maneiras. E era uma vez uma palavra... AMO-TE!

sábado, 31 de março de 2012

Existe..


Vem. Despe-me de incertezas. Despe-me de medos. Veste-me de segurança. Veste-me de certezas. Para quê esconder sentimentos? Para quê evitá-los? Para quê fugir deles? Eles agarram-te. Prendem-te ao bem, quando tu deles foges. E eu já caí enquanto corria atrás de ti. Mas levantei-me sempre. E sempre com força, com vontade de te agarrar no rosto, e fazer-te entender que "o amor existe, e é muito mais simples do que pensamos."

domingo, 18 de março de 2012


E é como se o sofrimento, a felicidade, a esperança (...) tudo o que nos envolve, nunca vá ter um fim. Assustador, sim. Mas bom.

segunda-feira, 12 de março de 2012

I'll keep my words.


E lá se vai o orgulho, quando tu pedes desculpa, ou quando, simplesmente, mostras que estás arrependido.  Lá se vai a teimosia, quando não quero discutir contigo. Lá se vai a minha mania infantil de gostar que tenhas ciúmes, quando me ponho no teu lugar, e quando tenho medo que te chateies comigo. Lá se vão todos os meus preconceitos, quando se trata de ti.
Sabes, nunca fui muito de promessas, mas quando necessária, fazia-as. Não sei bem porquê... Talvez por estar certa de certos e determinados sentimentos ou relações, ou até mesmo pessoas, mas a verdade é que nada disso foi eterno, sinceramente acho que nem real e sério foi. Tudo o que eu prometi, passou a ser só palavras ditas na falsa certeza de momentos longos. Bem, onde quero chegar com isto, é à parte em que te digo - e tu sabes - que nunca te prometi nada. Mas calma. Isso não desvaloriza absolutamente nada. Nunca prometi porque nunca tive necessidade de o fazer. Agora vejo que, pelo menos as minhas promessas, eram feitas para intensificar os factos que afinal não eram assim tão verdadeiros. Mas contigo... Bem, contigo posso dizer-te que não preciso de te provar nada, nem prometer, muito menos fazer com que acredites porque, no que diz respeito ao que eu sinto por ti, tu sabes perfeitamente. Irónico é o facto de saberes quase tão bem quanto eu. Lembraste daquela noite em que eu, por estar desiludida e magoada contigo, disse que já não gostava de ti? Tu nem ligaste. Também não quiseste acreditar, nem aceitar que isso fosse verdade. Disseste-me "isso é impossível.". E é. Eu sei. Tu sabes. Este sentimento é evidente demais para que possa ser negado. Temos uma amizade bonita, e aparentemente, é a única coisa que temos. Mas mais do que uma pessoa pensa que existe algo mais do que isso. E hoje quando me perguntaram se eu gostava de ti, bem, eu aí nem pensei duas vezes. Foi espontâneo. Foi uma resposta totalmente genuína e espontânea. Foi um "sim" cheio de certezas, acompanhado de um sorriso esboçado. Hoje, quando te disse que o meu pai já sabia que eu tinha andado apaixonada (usando este termo para que não pensasses que ainda estou, apesar de ambos sabermos a verdade), tu fizeste-me uma pergunta super espontânea e genuína, também. Perguntaste porque é que não lhe disse que tu andaste na marinha, porque sabes que ele é marinheiro. E eu respondi-te "como é que sabes que a pessoa em questão és tu? Isso é que é auto-confiança, sim senhor!", e apercebi-me na tua cara que não estavas à espera daquela resposta. Não gostaste, eu notei. Mas já reparaste como já tropeçamos nos nossos próprios sentimentos, quando os tentamos esconder? Já reparaste como tão próximos nós estamos? Não sei se já to disse - aliás, sei que ainda não - mas tu és o meu melhor amigo. E és porque és, de uma maneira muito rápida de resumir, o rapaz de que eu mais gosto, o amigo de que eu mais gosto, a pessoa de que eu mais gosto. Do fundo do meu coração, acredita. Não fico ofendida quando reparas nos meus defeitos físicos, e psíquicos também, e fazes questão de os ridicularizar, e de gozar com eles porque a minha maneira adulta de o encarar é que tu aceitas os meus defeitos. Aceitas-me tal e qual como eu sou. E não é isso que te faz deixar de estar do meu lado. E eu preciso de o referir outra vez: eu adoro os teus olhos. Para além de serem pestanudos, falam por ti. Também adoro o teu sorriso. Adoro tudo o que é teu e de ti porque, bem... É teu. É de ti. És tu, e isso basta-me. O imperfeitamente perfeito para mim. E ainda que assuma que toda esta situação seja difícil e, às vezes difícil de lidar, eu digo-te também que é reconfortante (ainda que às vezes frustrante e insuficiente) ter-te comigo desta maneira, como o grande amigo que tu és para mim, como o elemento fundamental na minha vida.
Pronto, eu deixei de acreditar em promessas, sou-te sincera. Mas eu também não esperava que o meu primeiro amor fosse assim. Por isso, e já que estou numa maré de surpresas (no que diz respeito até a mim a própria), eu prometo. Prometo não deixar-te sozinho se correres o risco de ficar. Prometo aceitar-te, tal como és. Prometo gostar de ti sem condições e preconceitos seja sobre o que for. Prometo não perder a esperança, e prometo tentar não perder a paciência. Mas, sobretudo, prometo ser para ti uma amiga verdadeira, uma amiga incondicional. Respeito-te muito. Muito mesmo. Por isso, prometo. Prometo-te que o teu lugar no meu coração, jamais será substituído ou diminuído.

"Se isso tudo que eu sinto for capaz de caber numa única palavra, só pode ser amor."

sábado, 10 de março de 2012

I'm gonna stay.


Eu não tenho medo de encarar a realidade. Não é por isso que tento mudá-la. A única coisa de que eu tenho realmente medo é de que a realidade não seja a que tu fazes questão de dizer que é, e é por isso que eu corro atrás de outra realidade - talvez a verdadeira. Não sei se tu sabes, ou se já te apercebeste, mas o que tu dizes, não coincide com o que tu fazes. Geralmente, as pessoas falam sem sentirem. Não têm problemas em dizerem coisas que não nutrem. Essas são as ditas palavras vazias, sem valor absolutamente nenhum. Pessoas vulgares, situações banais e comuns. Mas eu bem digo que tu és diferente... Tu dizes que não sentes. Dizes que tens medo. Afastas-me. Mas no que diz respeito a actos, tu não és coerente. Tu aproximas-me de ti. É como se me pegasses pela cintura, sem nunca tirares os teus olhos dos meus, e me dissesses, sem vírgulas, que o que tu sentes é real, e que é algo de que não podes mais fugir. E podem chamar-me burra, por continuar do teu lado, depois de todas as incertezas e pontos de interrogação que tu criaste na minha cabeça, depois de todo o sofrimento que causaste, depois de todas as lágrimas que já me fizeste chorar... Porque eu não me importo. Não me importo porque eu tenho dois amigos secretos que, às escondidas, me pedem para ficar onde realmente aparento pertencer - do teu lado. Eles são teus amigos também. São-te fieis, mas não é por isso que deixam de partilhar comigo, o que negas ser verdade. E talvez partilhem porque é mesmo essa a realidade, e talvez seja esse o caminho para a tua própria felicidade. E para a minha também,  claro. Esses dois amigos são os teus olhos.
Lembro-me bem do quão importante era a opinião das outras pessoas, para mim, até o meu sentimento por ti começar a ser algo bem real. Algo consistente. E já foram algumas as vezes que disse "foi desta. Apaixonei-me pela primeira vez.", mas a verdade, acreditem ou não, foi a primeira vez que o senti sem precisar de dizer. A única pessoa que presencia isso, é a pessoa que melhor me conhece. A pessoa que não me levava a sério, com todas as paixonetas que tive. A pessoa que "menosprezava", os meus supostos sentimentos, que eu julgava serem reais, mas que afinal não, é a mesma pessoa que, no dia de hoje, reconhece que eu, pela primeira vez na minha vida, estou apaixonada. É a mesma pessoa que acompanha este meu sentimento. A pessoa que eu julgava que iria ser retrógrada (sei lá eu porquê) é hoje, a mesma pessoa que fala comigo abertamente. Essa pessoa, é a pessoa que acredita e sabe que eu estou, realmente, apaixonada. Essa pessoa é a minha Mãe. E como nenhuma outra pessoa o pode fazer, ela avalia o que eu sinto como verdadeiro, mas primário. O primeiro amor da vida da filha dela, que, por sinal, não está a ser nada fácil. Dito assim, eu já sei por que é que tens medo da minha mãe.
São muitos os defeitos que encontro em ti. Mas são esses mesmo defeitos, que eu considero e julgo a junção perfeita de que eu preciso para crescer, e aprender a viver com personalidades diferentes. Não sei se já reparaste, mas contigo eu tenho crescido muito. Tenho aprendido a aceitar coisas que antes talvez achasse inaceitáveis. Tenho aprendido a relativizar coisas que antes talvez julgasse banais. Os tempos perfeitos para as coisas serem ditas, e os tempos oportunos para as coisas serem feitas. Não me interesso minimamente se és culto, ou se não és tão culto assim. Não tenho o mínimo interesse na maneira como estás vestido, de dia para dia, porque a primeira coisa para que olho de manhã é para os nossos fieis amigos (os teus olhos pestanudos), e para o teu sorriso, e é nessas coisas que eu me foco o resto do dia. Eu estou-me completamente a lixar para todos os pormenores que hoje se julgam importantes, mas que no fundo, não passam de futilidades, superficialidades. Eu ligo e dou importância àquilo que tu realmente és. Com defeitos. Com qualidades. E se há quatro meses atrás me dissessem que eu não ia ligar às coisas para que hoje me estou a lixar, eu ia-me rir na cara de quem dissesse isso, e ia dizer "claro, então não". E mais... Se há quatro meses me dissessem que o meu primeiro amor ia ser um rapaz de 19 anos, com a mania que faz as coisas pela calada, mas que aparentemente é um garanhão, e que no fundo não sabe que assim é considerado, e que se calhar até não é; um rapaz longe daquilo que eu esperava que fosse o meu ideal, mas que hoje o é, por inteiro; basicamente, se há quatro meses atrás me dissessem que era contigo que eu ia aprender que o amor é muito mais do que chorar umas noites, e depois esquecer... Que o amor é muito mais do que dizer que é amor... Que o amor é muito mais dizer que se está apaixonada... (enfim), eu diria, tranquilamente, mas certa do que ia ser dito, que não. Que não eras tu o meu ideal.
O amor é realmente amor quando o nosso coração nos dá a certeza que sim. É amor, quando a cabeça é coerente com o coração, e não com os olhos.
Não preciso que concordem comigo quando digo, e afirmo que tu és o meu (primeiro) amor, porque até em relação a isso eu já me tornei independente. Também não preciso que gostem ou não, deste meu sentimento por ti. A única coisa que me interessa nesta história, és tu. E que se lixe o tempo que eu espero Ricardo. Que se lixe o quanto eu choro, o quanto eu sofro. Que se lixem as tuas incertezas. Que se lixe tudo, porque enquanto eu tiver a certeza de que tu não fazes o que fazes com maldade, e enquanto os teus olhos me disserem "fica", com a força que eles dizem, eu vou ficar.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Inês Dinis

“Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no mundo. Alguém que te convence que lá tem uma porta destrancada só esperando você abri-la. Isso é uma amizade pra sempre. Quando você está pra baixo e o mundo parece escuro e vazio, sua amiga pra sempre te põe pra cima e faz com que o mundo escuro e vazio fique bem claro. Sua amiga pra sempre te ajuda nas horas difíceis, tristes e confusas. Se você se virar e começar a caminhar, sua amiga pra sempre te segue. Se você perder seu caminho, ela te guia e te põe no caminho certo. Sua amiga pra sempre segura sua mão e diz que vai ficar tudo bem. Sua amiga é pra sempre, e pra sempre não tem fim.”

quarta-feira, 7 de março de 2012

Sabes é que...

Desculpa. Era o que ouvirias da minha boca. Era o que lias do meu papel de rascunho que tornar-se-ia no papel oficial da minha carta dirigida a ti, que nem carta era, que nem carta deveria ser, porque era apenas isso - um rascunho. Um rascunho, num papel amachucado, com palavras riscadas. Pedir-te-ia desculpa se exigisse de ti a perfeição, quando eu própria estou longe de atingi-la.
É. Eu sou toda imperfeita. Saio de casa sem tomar o pequeno almoço, porque ponho o meu despertador para as 7:45, e acabo sempre por acordar as sete e cinquenta e tal, ainda que more em frente à escola. É habitual eu chegar atrasada à primeira aula, porque, para além de ter o despertador adiantado 15 minutos, eu sei que o adiantei, então não me preocupo. Gosto de chamar a atenção, e a minha mãe odeia isso. Não é que eu não goste de me manter na minha, e passar despercebida, até porque eu gosto, mas às vezes dá-me vontade de soltar o meu lado mais presente, que é o meu lado engraçado. Também sei que não sou certa. Quando estamos juntos, reajo de maneira contrária ao que realmente quero fazer. Às vezes exagero. Troco-me toda, perco o controlo e trato-te mal. Sou tão estúpida. Às vezes nem sequer faço sentido. Também sei que tenho um feitio que a palavra "especial" não é bem a indicada. Tenho um feitio lixado. Um feitio bastante complicado, no sentido literal da palavra. Tenho vergonha de tudo e de mais alguma coisa, e se pudesse, mudava isso. Recuso coisas que quero fazer por timidez. Já para não falar dos ciúmes que eu tenho, que me cegam. Ciúmes exagerados, que me fazem agir de cabeça quente. Também falho quando ponho a minha palavra em causa, quando digo que desisto, que me vou embora, e continuo no mesmo sítio, acabando por agir da mesma maneira. Já para não falar das asneiras que digo quando não devia (uma menina decente mantém a sua postura), o quão respondona eu sou, e o facto de usar palavras complicadas quando tu, às vezes, não entendes. Eu sou toda ao contrário. A vontade de falar contigo é mais que muita, e, para além de nunca ser eu a meter conversa, ainda a mato, porque sabes... Eu odeio conversas monótonas, iguais a todas as horas, sem cabimento nenhum, vazias, que se passam despercebidas e que não fazem diferença nenhuma. Adoro sopa, peixe e legumes, mas não como comida saudável; resumo-me aos chocolates, e às comidas fáceis. A verdade é que a minha mãe também não ajuda. Faz sempre comidas calóricas, tão deliciosas, como é que se resiste?! Não dá. Se calhar tem medo que eu fique anoréctica, ou algo parecido. Sim, vem mesmo a propósito... Não sou muito cheia. Às vezes acho-me magra demais. Não me acho nada de especial, mas isso não é coisa que me preocupe. Quando me elogiam demais (neste caso, tu), sinto-me mal, ainda que me sinta bem. (Contraditório, eu sei). Sinto-me bem porque, logicamente, todas as raparigas gostam de ser elogiadas. Mas sinto-me mal porque tenho medo que só gostes de mim pela aparência. Isso tira-me do sério. E ao invés de me deixar segura e confiante, deixa-me com sérias dúvidas quanto à minha pessoa. E sou-te sincera, às vezes não me sinto boa o suficiente para ti. Não por não saber a pessoa que sou, mas sim por saber que não posso dar-te aquilo que queres na totalidade, porque, ainda que te queira agradar, respeito-me e sou fiel aos meus princípios. E é isso... Eu sou toda errada, toda imperfeita. Tal como tu. Mas sabes o que é perfeito no meio destas pequenas grandes imperfeições? É a maneira perfeita, recta mas tão curva, firme mas tão frágil, fria mas tão sensível, independente mas tão desprendida, exacta mas tão vaga, real mas tão um sonho, que eu te amo. Assim. Totalmente imperfeito. Mas perfeitamente ideal para mim.

sábado, 3 de março de 2012

Beatriz Louro

Acho que todos os seres humanos que têm o poder e a gratificante capacidade de amar sem limites, são coerentes pelo menos num desejo. Todos nós, e eu incluo-me nesse role dessas pessoas fantásticas (e digo fantásticas por que, nem todos temos essa capacidade; a capacidade de amar), precisamos da modesta quantia de uma pessoa para nos fazer sentir amados. Pelo menos uma pessoa, uma pessoa amiga. Mas amiga a sério, sem fronteiras e sem limites no que tiverem que fazer para conseguir fazer a pessoa que se ama, sorrir. Uma pessoa a quem possamos ligar quando precisamos de falar, mesmo que seja para dizer os maiores disparates, porque sabemos que, em vez de um silêncio constrangedor que nos faz sentir completamente não-retribuídos, ou em vez de um "já te ligo", ou até mesmo um bombardear de novidades novas, que interpelam o nosso momento, nós vamos ouvir uma ofensa. E isso é bom, sim. É bom porque não é uma ofensa ofensiva. É uma ofensa vinda de quem nos ama, e de quem, mais uma vez nos faz sorrir. E logo a seguir, vamos ouvir um "como estás?", cheio de preocupação, curiosidade, mas repleto, também, de uma genuína naturalidade ao fazê-lo, como se fosse uma necessidade, uma prioridade habitual. 
Nós, na verdade, nunca adquirimos esse alguém. Mas temos a fantástica oportunidade de o ter. Mas basta um erro. E outro, seguido de outro, e mais um, por consequência de outro, que sem entendermos, dá origem a mais um(...) E é um ciclo vicioso de erros constantes que, sem darmos conta, cometemos. E magoamos quem mais amamos, e quem mais nos ama. Quem menos merece ser magoado, e quem menos queremos magoar. Mas acontece. E chega a um ponto que, como toda a corda demasiado esticada, rebenta. Todo o saco demasiado cheio, também. Tal como um copo cheio até ao limite da sua capacidade, transborda. E como tantos outros casos, eu magoei alguém. Alguém que estava longe, mas que mesmo assim, estava sempre perto de mim, e para mim também. Alguém que conseguia animar-me, só com a expressão dos seus olhos quando sorria; a maneira como a sua gargalhada era, e é, engraçada. Alguém que, como mais ninguém, tinha a grande e corajosa capacidade de me amar, e saber como lidar comigo. Alguém que me respeitava, que se preocupava de verdade comigo, acima de tudo o que eu podia fazer. Resumidamente, alguém a quem eu retribuía tudo isso, mas alguém com quem me fui descuidando com os meus próprios actos, com a falta das minhas próprias palavras, e com a minha ausência que, cada vez, era mais notória. Esse alguém fartou-se. De tanto magoada, resolveu dar ouvidos ao seu orgulho, porque também tinha esse direito. Ouvi um "não", da boca dessa pessoa. E ambas abrimos mão do - pelo menos meu - bem mais precioso. Não se interessa porquê, como conseguimos, nem por quanto temos andamos afastadas. Interessa que voltámos onde realmente sempre pertencemos. Uma do lado da outra. Ainda que longe. Separadas por alguns (poucos) quilómetros, que são os suficientes tanto para nos afastar fisicamente, como também para nos aproximar, e fazer com que entendamos o quão grandioso e precioso é este amor, e esta amizade. 
Sabes a quem me dirijo. Sabes perfeitamente que és tu. Mesmo quando, quem está perto, me vira as costas, me julga, me faz sentir como se fosse a pior pessoa deste mundo, a causadora da minha própria dor... Tu, longe, com poucas (mas boas) palavras, viras esse jogo, mudas a minha opinião, e fazes-me ver as coisas de maneira diferente. E é por essas e por outras que, mesmo estando perto, essas pessoas, para mim, estão longe, enquanto que tu, mesmo longe, para mim estás perto, como mais ninguém está. No meu coração, existe um lugar que podes considerar um dado adquirido, um lugar cativo, que é só teu. És insubstituível, acredita no que te digo. Passe o tempo que passar por nós, haja o que houver, apareça quem aparecer, aconteça o que acontecer, sabes que mais? Nada do que possamos vir a viver, vai mudar isto que nós temos. É puro, verdadeiro, genuíno. Tenho o maior orgulho em dizer que te tenho comigo, e que nunca vou considerar que és um dado adquirido na minha vida; vou sempre fazer questão de te conquistar. Todos os dias da minha vida, e sempre que puder. És a melhor coisa que já me aconteceu. 
Eu amo-te, e se pudesse escolher alguém para estar comigo todos os dias, espero que saibas que a minha escolha eras tu.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Pedaço de papel

A questão é... Todo o ciclo vicioso, tem o seu fim?


Desejei que este tormento que, às vezes se camufla de ilusão, que se infiltra nos meus sonhos, esses que são sonhados durante a noite, no meio da rua, ou até mesmo na aula, que tem como nome "incerteza", deixasse de ter uma razão de ser. Eu, realmente desejei com muita força que este meu sofrimento tivesse um desfecho feliz, por fim. Havia alturas em que o desfecho já não precisava de ser feliz - precisava apenas de haver um desfecho. Mas eu tenho que confessar que nunca lutei para largar este meu tormento. Este alimento que me dá fome, este sonho... O sonho mais bonito que me traz pesadelos... Nunca o fiz. A única coisa por que lutava era por uma certeza. Pela tão espera e merecida certeza de que havia amor - muito mais do que amizade, nas duas pontas desta relação de amigos. Os meus dias tinham como cenário principal as dúvidas. Os pontos de interrogação que insistiam em vaguear pela minha cabeça a teu mandado. Esses que influenciavam o meu coração. Os mesmo que trocavam as voltas à minha cabeça. Os que roubavam a minha razão, e a trocavam por não sei bem o quê que tem o teu nome próprio. Tu sempre o fizeste. Desde que apareceste na minha vida, a única coisa que sempre fizeste sem falhar, e sem te esqueceres, foi pintares a minha vida de incertezas. E deixa-me que te diga que no que diz respeito a esse teu trabalho, sempre te saíste bem. Às vezes até demais.
Esta história tem pontas soltas que nem soltas estão. Tem desfechos que nem concluídos foram. E eu não sei por que ainda te digo que não aguento, se eu sei que não me vale de nada. Eu digo-te que me vou embora, mas eu continuo no mesmo sítio. Talvez até mais perto... Mais próxima, mais apegada. Não sei se é uma ilusão da minha cabeça, ou se é um ponto de luz para o meu (tão lutador, crente e resistente) coração, mas sempre que os nossos olhares se cruzam eu sinto que há coisas que tu próprio não sabes. Coisas que tu sentes e que tu desconheces que sentes. E é isso que me faz ceder tantas vezes. Isso, e as tuas palavras que, acredita, são transparentes. Tanto quanto transparecem a maneira, por vezes, tão ingénua de dizeres o que tu dizes. Seja o que for. 
Às vezes abro mão de ouvir o que o meu coração tem por hábito de me dizer, e nessas mesmas vezes dou permissão ao meu orgulho que fale... Então eu oiço-o, e sempre que tenho a tentação de permitir que o meu coração me diga algo, oiço o tal do orgulho a pedir que não o fira, como tantas vezes já o tenho feito. Eu aguento o que posso... E é durante esse tempo, que abro mão dos desejos do meu coração (portanto, de ti), que eu não sei. Não sei de nada, não tenho nada, e não sou nada. Não sei de ti. Não sei onde andas, nem o que pensas enquanto por lá estás. Muito menos o que estás a sentir. "Só sei que nada sei." Bem que era dito... Falta-me paciência, falta-me esperança, falta-me vontade, vontade de estar sem ti. Por outro lado, tenho vontade em demasia de estar perto de ti. De saber como estás. 
Podia percorrer todo este mundo, que eu tenho a certeza que, enquanto o percorresse, era em ti que eu estaria a pensar. E podia conhecer mil e uma pessoas, que nenhuma seria tão importante e especial como tu és. Posso conformar-me e contentar-me com esta situação (na qual me sinto tão desconfortável e incompleta), mas pensar em desistir por completo... Nisso eu nem quero ouvir falar. Certo é que não vou atrás de ti, como nunca fui. Mas não consigo garantir-te a ti, nem a mim, que não estarei parada, exactamente no mesmo sítio, pronta a dar-te, mais uma vez, o benefício da dúvida. 
Sabes uma coisa? Acredito que tudo de "mal" que tu fazes, que tanto me faz sofrer, não é, de todo, por mal, nem com intenção de ter o impacto que tem nos meus dias. És genuíno, e disso ninguém pode duvidar. Enquanto todos os que sabem de tudo isto te criticam, enquanto tanto te "distratam" em relação a toda esta situação, eu admiro-te, e agradeço-te por não fingires sentir o que tu não sentes. Vou mais além até: eu acredito, profundamente, que provavelmente um dos teus desejos era gostares de mim, da mesma maneira que eu gosto de ti. Só que no coração ninguém manda, e eu bem sei disso.
Queria só dizer-te que, para além de te tratar mal, para além de ser confusa e ter mudanças de humor consoante as tuas atitudes, para além de parecer fria, e ainda aparentar complicar as coisas quando, a teu ver, eu devia facilitar porque, supostamente, e segundo o que tu dizes, tu tentas estar bem comigo e eu "estrago isso", pronto, para além de tudo isso, e para além ainda de tudo o que eu posso fazer que possa parecer (e realmente não ser) o mais correcto: Metade eu só tenho uma, e eu encontrei-a em ti.